quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um Deus que é suficiente para as pressões da vida

Há algum tempo um amigo dos meus filhos encostou uma arma à cabeça e disparou sobre si mesmo. Ele tinha apenas 16 anos e era filho de um abastado e notável médico.

Uns dias antes da morte deste jovem, o nosso jornal local noticiou que um psicólogo clínico bem conhecido em Portland suicidou-se, deixando a seguinte nota à sua equipa: “Hoje à noite senti-me cansado, só, e subitamente muito velho. A plena compreensão destes sentimentos apenas virá quando vós, também, estiverdes cansados, sós e velhos.”

Os suicídios estão a aumentar a uma velocidade alarmante. O filósofo Francês, Jean Paul Sartre expressou o desespero sentido por muitos quando escreveu, “Agora sei que as coisas são absolutamente o que parecem ser, e por detrás delas não existe nada.”

Milhares de pessoas sentem como Sartre, o psicólogo clínico e o rapaz estudante. Sentem que a vida é vazia. Subjugados com a ideia do “nada”, matam-se ou procuram escapar através da dependência de drogas ou álcool.

Porque é que as pessoas rodeadas de amigos e família subitamente desesperam da própria vida? Os psicólogos oferecem muitas soluções para esta questão, mas só existe uma verdadeira solução – Jesus Cristo. Só Ele pode satisfazer as nossas necessidades mais profundas quando o nosso mundo se desmorona de repente.

Deus tem muito a dizer sobre as nossas pressões exteriores, desespero interior e lutas quotidianas. Os seguintes versículos das Escrituras podem ser intitulados “O Deus que é suficiente para as pressões da vida”.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus. Porque, como as aflições de Cristo abundam em nós, assim também a nossa consolação abunda por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação” (2 Coríntios 1:3-7). Estás ferido interiormente? Já alguma vez tiveste vontade de desistir da vida?

Quando uma crise se levanta, o pior erro que podes cometer é pretenderes que nada está errado. Para encontrares ajuda para os teus problemas, tens de primeiro reconhecê-los e o desespero interior que eles causam. Só então podes abraçar “o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação.” Paulo lembra a igreja Coríntia que é da natureza de Deus ser misericordioso. O próprio Deus é a fonte de encorajamento, consolação e perdão do crente, sob todas as circunstâncias.

O segredo de se descobrir a suficiência de Deus encontra-se ao passar tempo com Ele. Passas tempo a sós com Deus todos os dias? Aprende a partilhar todos os teus problemas e necessidades com Ele. Diz, “Oh, Senhor, eu creio que Tu és o Pai de todas as misericórdias e o Deus de toda a consolação. Por favor, ajuda-me hoje, especialmente nesta situação.”

Tu podes estar a dizer, “Mas Luis, tu não compreendes. A minha situação é diferente.” Nenhum problema é único. 1 Coríntios 10:13 diz, “Não veio sobre vós tentação, senão humana.” Para Deus, uma situação não é mais difícil que outra. Deus testifica da Sua própria capacidade de resolver problemas a toda a humanidade. “Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR?”

Paulo experimentou necessidades desesperantes – física, emocional e financeiramente. Apesar disso declarou, “O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Filipenses 4:19). Paulo falou, com experiência pessoal, de um Deus que provou ser suficiente para as pressões da sua vida. Até Paulo não ficou isento da tentação do desespero, porém ele soube como escapar para o Seu Pai Celestial a fim de ser consolado. Que mais poderia ele escrever depois de dizer que Deus “nos consola em toda a nossa tribulação” ( 2 Coríntios 1:4)?

Paulo sabia bem que o poder do cuidado de Deus fez muito mais do que suportar os seus problemas. Ele foi fortalecido e abençoado por eles! Por sua vez ele pôde consolar outros nas suas dificuldades com o mesmo consolo com que ele recebeu pessoalmente de Deus.

Não admira que em 2 Coríntios 1:3-7 a palavra “consolo” apareça nada menos do que nove vezes. E em cada uma delas o verbo é usado para ilustrar como Deus se coloca ao nosso lado e nos encoraja no meio das nossas tribulações mais severas.

Infelizmente, quando muitos Cristãos enfrentam tribulações, eles esquecem-se de buscar Deus para consolo. “Eu sou boa pessoa,” dizem. “Porque é que Deus permite que estas coisas me aconteçam?”

Uma das razões porque experimentamos tribulações é porque visam capacitar-nos para consolar outros que estão feridos. Os Cristãos que andam com o Senhor têm muito a partilhar no que respeita às bênçãos que Deus lhes tem dado em tempos de profunda necessidade ou desespero.

Como Cristão, tens encontrado o verdadeiro Consolador? Os outros voltam-se para ti a fim de obter conselho por sentirem a presença do consolo de Deus na tua vida?

Ou és um Cristão que se queixa de tudo? Culpas Deus pelas tuas próprias falhas? O Senhor deve sentir-se profundamente magoado ao ouvir algumas das coisas ridículas de que nos queixamos quando Ele nos tem dado tanto. Ele deve condoer-se quando vê os Seus filhos enfrentarem a adversidade e recusarem invocá-l’O para obtenção de consolo.

É tremendo quando um Cristão pode dizer a alguém, “Por causa de uma situação semelhante que tenho experimentado, penso que compreendo aquilo por que estás a passar. Permite-me que partilhe contigo o que Deus fez por mim.”

No ministério do consolo, a Palavra de Deus é viva, e as Suas promessas tornam-se activas e reais. Subitamente compreendes porque é que passaste pela tua dificuldade. E, louvas a Deus, pois valeu a pena! Paulo escreveu que mesmo as pressões mais severas da vida diária nunca nos separam do afecto e compaixão do nosso Pai Celestial. Pelo contrário, quando sentimos que o nosso mundo se desmorona, o poder e graça de Deus são magnificados. Como disse certa vez um missionário, “Paz não é ausência de conflito. Paz é capacidade de emparceirar.” O Deus de todo o consolo pode facultar essa parceria no meio de qualquer crise.

Paulo não está a dizer que nós não enfrentaremos desilusão, sofrimento ou conflito na vida. Mas ele está a dizer que nenhum Cristão tem necessidade de alguma vez desesperar. Porquê? Porque nós adoramos o Deus de toda a consolação – o Deus que é suficiente para as pressões da vida.

- Luis Palau

Fonte: IQC

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