segunda-feira, 2 de junho de 2008

Orando em Nome de Cristo

Por Thomas Boston

1. Negativamente. Não é uma patente falta de fé deixar de mencionar Seu Nome em nossas orações, nem terminar nossas orações com ele (Mt 7:21). Os santos usam as palavras "por meio de Jesus Cristo nosso Senhor" (1 Cor 15:57), mas muitas vezes é produzida a bainha, ao passo que nela não está a espada do Espírito. As palavras são proferidas, mas a fé não é exercitada. Orando ao Seu Comando

2. Positivamente. Orar em nome de Cristo é orar,

Primeiro: ao seu comando, para ir a Deus através de seu mandamento (Jo 16:24): "Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo." Cristo, como Deus, manda a todos os homens orar, para oferecer a porção do dever natural para Deus; mas não é isso que o mandamento significa. Cristo, entretanto, como Mediador, vai por si próprio ao Pai a fim de suplicar por suas necessidades, e lhes permite contar que Ele os enviou, como se alguém recomendasse um miserável a um amigo (Jo 16:24) apenas citou. Assim orar em nome de Cristo é ir a Deus como enviado pelo amigo do pobre. Isso implica:

1. A alma está vindo para Cristo em primeiro lugar (Jo 15:7): "Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito." Ele, que poderia orar corretamente, deve fazer como aqueles que fizeram Blasto, o camareiro do rei, amigo num primeiro momento, e então realizaram seu apelo ao seu rei (At 12:20).

2. A alma está se apropriando de estímulo para orar a Jesus Cristo (Hb 4:14): "Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno."

O caminho ao trono em céu está obstruído pelos nossos pecados. E pecadores não têm nenhum confiança ao procurar o Senhor. Jesus Cristo desceu do céu, morreu pelos criminosos, e os acolhe a si mesmo pela vocação eficaz. Ele, como quem tem tudo o que lhe interessa com seu Pai, lhes comissiona para que vão a seu Pai em seu nome, e pedir o que necessitam, assegurando-lhes da aceitação. Daí eles pegam seu estímulo, isto é, de suas promessas na Palavra. E ele lhes dá seu selo, a qual o Pai possuirá, e é seu próprio Espírito (Rm 8:26,27): "Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do Espírito: que ele, segundo a vontade de Deus, intercede pelos santos."

Orando a Deus através de Cristo

Em segundo lugar, ela é para dirigir nossas orações a Deus por Jesus Cristo (Hb 7:25): "Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles" e no capítulo 13:15, "Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome".

Orar em nome de Cristo depende totalmente do mérito de Cristo e de sua intercessão pelo acesso, pela aceitação, e por um retorno cheio da graça:

1. Dependendo de Cristo para o acesso a Deus (Ef 3:12): "no qual temos ousadia e acesso em confiança, pela nossa fé nele." Não há outro acesso a Deus a não ser por Ele (Jo 14:6): "Ninguém vem ao Pai senão por mim". Aqueles que tentam de outra maneira vir a Deus baterão com o rosto na porta. Mas nós devemos obter o apoio do Mediador, e entrar ao seu lado, que é o Secretário do céu.

2. Dependendo dele para a aceitação de nossas orações (Ef 1:6): "a qual nos deu gratuitamente no Amado". Cristo nosso Senhor é o único altar que pode santificar nosso presente. Se alguém descansa a ansiedade da aceitação de suas orações em sua atitude, sentimentos, ternura, e assim por diante, a oração não será aceita. Somente um Cristo crucificado pode suportar o peso de aceitar nossas pessoas ou nosso desempenho.

3. Dependendo dele para uma resposta cheia da graça (1 Jo 5:14): "E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve." Nenhuma oração é ouvida e respondida sem a súpica do Mediador; e quaisquer petições agradáveis à vontade de Deus e que serão enviadas a Deus, nessa dependência, são ouvidas.

Por que devemos orar em nome de Cristo?

A razão disso pode ser relevada nesses dois elementos:

1. Não há acesso a Deus, para um criatura pecaminosa, sem um Mediador (Is 59:2): "mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça." Jo 14:6: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim." O pecado tem nos firmado numa distância de Deus, e tem o bloqueado a porta de acesso a Ele, e está além de nosso poder, ou de qualquer criatura, para abri-la a nós. Sua justiça rejeita o criminoso; sua santidade, a criatura impura, a menos que haja uma pessoa aceitável para ir entre Ele e nós. Nosso Deus é como um fogo consumidor, e por isso não há, para um pecador, acesso imediato a Ele.

2. E não há ninguém nomeado nem adequado para esse trabalho exceto Cristo (1 Tim 2:5). É só ele quem é nosso grande Sumo Sacerdote. Ninguém, exceto Ele, tem satisfeito a justiça pelos nossos pecados. E como Ele é o único Mediador da redenção, da mesma maneira Ele é o único Mediador da intercessão (1 Jo 2:1): "Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo." O doce sabor de Seu mérito exclusivo é capaz de obter aceitação para nossas orações, indignas em si mesmas (Ap 8:3,4).

Traduzido por Cleber Olympio, conforme original publicado em http://www.puritansermons.com/boston/bost4.htm.

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