sexta-feira, 30 de maio de 2008

A lei de ganhar e não perder

Remorse or the Sphynx embebed in the sand. Salvador Dali

Quem acha a sua vida, perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa, achá-la-á. (Mt 10.39.)

Ganhar, não perder, poupar, lucrar: lema e objectivo de vida. Tirar vantagem e dar um jeitinho em todas as situações para se sair bem são lemas brasileiros. A educação, o esforço para aprender, o esmero no trabalho, tudo visa ser bem sucedido para não sofrer.

Perder não faz parte do alvo da vida, quem perde é bobo. A perda deve ser evitada a todo e qualquer custo.

A cultura do reino de Deus é contracultura. Jesus apresentou uma lei contrariando o impulso humano de ganhar e não perder. O contexto são as instruções aos doze discípulos de como deveriam trabalhar e viver no servir. Vem depois do aviso dos perigos, perseguições, vida simples e sem preocupação quanto às necessidades. Segue a promessa de que Deus continua soberano e nada acontecerá sem seu consentimento.

O discípulo de Cristo deve amar a Deus mais do que tudo que o homem não quer perder: família e bens. Para ser digno de ser discípulo, o cristão deve levar a cruz como Jesus levou. Levar a cruz é não seguir os próprios desejos. Não queremos aceitar que levar a cruz é caminhar para a morte. Mas a certeza é que quem quiser poupar a vida vai perdê-la e quem estiver disposto a perdê-la, ao seguir ao Mestre, esse a ganhará.

De que temos medo? Do futuro? Dos dissabores, privações, provações e sofrimentos no seguir o Mestre? Até os nossos fios de cabelo estão contados e nenhum deles cai sem a permissão do Pai Todo-poderoso.

Um irmão em Ambon, Indonésia, em meio à perseguição, disse que só pediu para não negar a fé em Jesus, até à morte se necessário. Ele considerou isso como vitória.

Fonte: Devocionais Para Todas as Estações” (Editora Ultimato, 2005).

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