Numa série de entrevistas que concedeu ao jornalista Robert Draper, autor de um novo livro sobre o Presidente norte-americano, George W. Bush despiu a capa de auto-confiança com que sempre aparece perante o país. O livro foi publicado ontem nos EUA.
O líder da Casa Branca desabafa sobre o seu passado de alcóolico e assume que também verte lágrimas, mesmo sabendo que está a ser observado pelo “inimigo”, “pelos iraquianos, pelas tropas e pelas pessoas em geral”. No entanto, explica, “tento sempre não fazer transparecer as minhas preocupações”, sobretudo em tempo de guerra.
“Eu tenho o ombro de Deus para chorar. E choro muito desde que cheguei à presidência. Aposto que já derramei mais lágrimas do que podem imaginar, enquanto Presidente. E derramarei mais amanhã”.
Para escrever a biografia do Presidente, “Dead Certain: The Presidency of George W. Bush”, Draper teve acesso privilegiado aos conselheiros da Casa Branca, e realizou entrevistas no fim do ano passado e no início deste ano.
Relatos de uma presidência atribulada
Entre outros episódios, o autor relata uma votação que levou à demissão do ex-secretário da Defesa, Donald Rumsfeld.
Quanto ao seu problema de alcoolismo, o líder norte-americano afirma que tem bem presente “a sensação de ressaca, apesar de não tocar em álcool há 20 anos”. “Nunca seria presidente caso continuasse a beber. Não conseguiria tomar decisões”.
A biografia relata ainda o lado mais íntimo e caricato da vida do Presidente, com destaque para um episódio passado no fatídico dia 11 de Setembro de 2001. O presidente e a sua mulher, Laura, estavam já deitados quando um agente dos Serviços Secretos norte-americanos irrompeu pelo quarto e lhes pediu que se refugiassem no “bunker”. “Eles estão a chegar”, disse, referindo-se a um avião que fora visto a sobrevoar o rio Potomac. “Estamos a ser atacados”. O casal correu então para o “bunker”. O presidente carregava o cão debaixo de um braço e o gato debaixo do outro, a mulher, meio adormecida, saiu de robe e chinelos. Porém, a nova ameaça terrorista foi apenas um falso alarme, já que o aparelho estava, afinal, autorizado a voar.
Sem comentários:
Enviar um comentário