quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O colecionador de livramentos

Das alturas [Deus] estendeu a mão e me segurou; tirou-me das águas profundas. (Sl 18.16.)

O ser humano sabe mais colecionar tristezas e sabe menos colecionar alegrias. Enxerga mais os problemas e enxerga menos os livramentos. Por isso ele é carrancudo, amargo e semelhante a uma bomba cujo pavio está aceso.

Esse hábito infeliz precisa acabar. Não se trata de abolir a memória, mas de exercitar mais o seu lado onde estão registradas as histórias de todas as manifestações da graça de Deus, onde estão arquivados os detalhes de todos os livramentos, onde estão escondidas todas as bênçãos dos altos céus. Então, à semelhança de Davi, se dirá:
“O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza, o meu rochedo, o meu escudo, a minha torre alta”; “O Senhor é a minha força, o meu libertador, o poder que me salva, o meu Salvador”; “O Senhor ouviu a minha voz, o meu grito chegou aos seus ouvidos”; “Das alturas estendeu a mão e me segurou; tirou-me das águas profundas”; “O Senhor mantém acesa a minha lâmpada e transforma em luz as minhas trevas”; “O Senhor me reveste de força e torna perfeito o meu caminho”; “O Senhor me faz triunfar” (Sl 18).

Com esse bom uso da memória, o pavio que explodiria a bomba se apaga. Então, os cabelos arrepiados se assentam. As mãos trêmulas param de tremer. O coração acelerado volta aos batimentos normais. A boca se enche de riso. Avontade de viver renasce. E o sono volta tranqüilo mais uma vez!

Retirado de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos (Editora Ultimato, 2006).

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